R. Antônio Gomes de Freitas
N. 265, Ilha do Leite
Recife – PE
(81) 3035-0580

Asma: a doença e seu controle

A asma acomete cerca de 300 milhões de pessoas no mundo e é responsável por 250 mil casos de morte prematuras por ano, três mil delas no brasil, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Para difundir informações sobre a doença e seu controle e, com isso, reduzir o número de mortes e hospitalizações, a OMS criou, em 1988, o Dia Mundial da Asma, celebrado na primeira terça-feira do mês de maio. Como evitar as exacerbações é a principal informação que precisa estar clara para a população, especialmente para os portadores da doença e seus familiares,afirmam dirigentes da Iniciativa global contra a Asma no brasil. Caracterizar os graus de severidade da doença é fundamental para seu tratamento O diagnóstico de asma deve ser levantado após história clínica, diante de sintomas consistentes associados à demonstração de distúrbio ventilatório obstrutivo em testes de função pulmonar. A presença de antecedente pessoal ou familiar de atopia e os sintomas de asma durante a infância são dados que corroboram o diagnóstico. Os pacientes asmáticos podem apresentar história de sibilos, tosse produtiva ou sem secreção e dispneia. Tais sintomas tendem a ser episódicos e podem se resolver após a administração de medicações ou a retirada do agente causal. Entre os fatores que podem desencadear as crises, são mais comuns:atividade física, exposição ao ar frio e exposição a alérgenos (poeira, mofo, pelo de animais, pólen e baratas).Em cerca de 3% a 5% dos casos, a crise asmática pode ser desencadeada após uso de aspirina. Um aspecto importante no diagnóstico envolve a presença de sibilos. O sinal não caracteriza a severidade da obstrução, pois pacientes com obstrução grave podem se apresentar sem sibilância.

Os sinais que costumam estar presentes, nos casos graves, são taquicardia, taquipneia, aumento do tempo expiratório, uso de musculatura acessória e pulso paradoxal. Os testes de função pulmonar são ferramentas essenciais no diagnóstico da asma e a mensuração do pico de fluxo expiratório e a espirometria são os dois tipos mais utilizados – ambos fornecem o diagnóstico de obstrução, gravidade da limitação ao fluxo de ar, reversibilidade e variabilidade. Vale ressaltar que a variação do fl uxo expiratório deve ser demonstrada com medidas tomadas em diferentes ocasiões ou em resposta à administração de broncodilatadores. A presença de função pulmonar normal quando o paciente encontra-se completamente assintomático é típica da asma e serve para diferenciá-la de outros distúrbios pulmonares caracterizados por obstrução crônica.

Pico de fluxo expiratório – PFE A mensuração do pico de fluxo expiratório é feita após expiração do ar forçada, dependendo, portanto,do esforço respiratório aplicado pelo paciente. Seus valores também podem variar de acordo com a marca do fluxômetro utilizado. O paciente deve ser encorajado a estabelecer sua melhor medida mediante mensurações repetidas do pico de fluxo expiratório ou PFE, como é abreviado, no mínimo duas vezes ao dia, por um período de duas semanas, na ausência de sintomas. O PFE considerado normal para esse paciente corresponde a no mínimo 80% do valor da melhor mensuração. Valores inferiores a esse padrão podem indicar estreitamento das vias aéreas, alteração que pode preceder o início dos sintomas respiratórios.

O teste é útil, também, para o monitoramento da resposta ao tratamento e avaliação da severidade dos episódios de exacerbação. Em pacientes asmáticos com sintomas respiratórios costumam ocorrer quedas superiores a 20% no valor do pico de fl uxo expiratório, o qual tende a retornar ao valor normal após a resolução do quadro. A mensuração do PFE, no entanto, tem limitações. Pacientes com obstrução leve, por exemplo, podem apresentar PFE normal; ademais, seu valor pode ser alterado em casos de doenças obstrutivas ou as restritivas pulmonares, bem como nos distúrbios das vias aéreas superiores.

A espirometria é um método recomendado para a medida de limitação ao fluxo aéreo e reversibilidade, fornecendo o diagnóstico funcional. As principais medidas desse método são: volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e a capacidade vital forçada (CVF). Seus resultados permitem detectar alterações da função pulmonar, distinguir distúrbios obstrutivos e restritivos, caracterizar a severidade das anormalidades e avaliar a reversão dos sintomas após a administração de broncodilatadores. Na espirometria, o distúrbio obstrutivo é caracterizado pela relação VEF1/CVF abaixo do normal (segundo a GINA − Global Initiative For Asthma) quando essa relação for inferior a 0,75 a 0,80). Os broncodilatadores de curta duração devem sempre ser testados, uma vez que, após a aplicação desses fármacos, os asmáticos apresentam resposta superior a 12% do VEF1, associada à melhora de 200 ml em seu valor absoluto. Os guidelines de asma do NAEPP, o norte-americano National Asthma Education and Prevention Program, de 2007, recomendam que a espirometria seja realizada em todos os adolescentes e adultos com diagnóstico de suspeita de asma.

Por Valquiria Diniz
Fonte: http://www.revistapesquisamedica.com.br

2018-04-14T05:23:27+00:00

NOVO ENDEREÇO E TELEFONE

R. Antônio Gomes de Freitas, 265
Ilha do Leite, Recife – PE
(81) 3035-0580