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Hepatice C crônica; tratamento entra em nova era

Dois estudos clínicos fase III, publicados no new England Journal of
Medicine (nEJM), confi rmam o potencial dos novos inibidores da protease do hCv para obter a resposta viral sustentada dos pacientes com o genótipo 1, predominante em 70% dos portadores do vírus no brasil.

Mais de 170 milhões de pessoas em todo o mundo estão infectadas cronicamente pelo vírus da hepatite C (HCV). A infecção pelo HCV apresenta distribuição mundial e
altas taxas de morbidade e mortalidade, razão pela qual é intenso o esforço de pesquisa para o desenvolvimento de tratamentos que levem à extinção do vírus e à cura da doença. Até hoje, não há tratamento específico para a hepatite C aguda, mas pacientes que permanecem virêmicos de dois a quatro meses após a infecção aguda podem ser tratados com interferon peguilado, já que a intervenção precoce
com essa medicação aumenta a probabilidade de resposta viral sustentada (SVR), definida a partir da não detecção do RNA do HCV após 24 semanas da interrupção do tratamento.

Atualmente, o tratamento padrão para a infecção pelo HCV é o interferon peguilado associado à ribavirina.Aproximadamente 55% de todos os pacientes com hepatite C tratados com essa combinação apresentam SVR. A resposta viral sustentada dos pacientes que apresentam os genótipos 2 e 3 chega a 80% (ver Genótipos da hepatite C no quadro ao lado). Mas, entre os infectados com o genótipo 1 da hepatite C, a resposta viral sustentada é inferior a 50%. O genótipo 1 do HCV é responsável pela maioria das infecções na América do Norte,na Europa e no Brasil. A prevenção da cirrose e do carcinoma hepatocelular (HCC), mediante a erradicação
do vírus, é o principal objetivo do tratamento da hepatite C crônica.

O desenvolvimento de inibidores eficazes da protease do HCV pode mudar esses resultados terapêuticos,por isso esses vêm sendo considerados como epresentantes de uma nova era no tratamento da infecção crônica pelo HCV. O boceprevir, inibidor
da protease NS3 (ver figura à página 12), revelou um potencial surpreendente de SVR em dois estudos clínicos fase III, divulgados em edição recente pelo NEJM. Ambos os estudos, denominados SPRINT-2 e HCV RESPOND-2, buscaram comparar
o tratamento padrão, com interferon peguilado e ribavirina, associado com placebo (controle) ou com o boceprevir. O desfecho primário dos estudos foi determinado como o número de pacientes que apresentavam SVR, mensurado 24 semanas após o
final das terapias.

O estudo SPRINT-2, realizado com mais de mil pessoas, recrutou pacientes que não receberam tratamento prévio para o HCV, enquanto o HCV RESPOND-2, que incluiu mais de 400 pessoas, selecionou pacientes previamente tratados com interferon
e ribavirina que não responderam ou apresentaram recorrência da doença após o uso da medicação. No SPRINT-2, dos pacientes submetidos ao tratamento
padrão, 38% responderam à terapia, enquanto entre os que utilizaram o tratamento padrão associado com o boceprevir as taxas de resposta foram de 60%. No HCV RESPOND-2, dos pacientes anteriormente tratados que não responderam à medicação padrão, apenas 7% responderam ao tratamento controle, enquanto 58% apresentaram boa resposta ao tratamento padrão associado ao boceprevir. Nos
dois estudos, a anemia foi o efeito adverso mais comum:afetou 40% dos pacientes que utilizaram o boceprevir e 20% dos pacientes do grupo controle.

Esses pacientes foram adequadamente tratados com eritropoetina. Apesar do efeito adverso, o resultado obtido com a adição de boceprevir à terapia padrão foi importante e os dois estudos terão, sem dúvida, grande impacto no futuro do tratamento da hepatite C.

 Fonte: Revista Pesquisa Médica

2012-05-19T10:40:51+00:00

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