Cientistas do Instituto Nacional de Saúde americano identificaram moléculas com importantes papéis no desenvolvimento e progressão do câncer de mama e perceberam que o resveratrol, composto presente em uvas e no vinho tinto, é um bom candidato para o tratamento de alguns tumores.
Cerca de 8% dos cânceres de mama são causados por mutações em genes supressores de tumor. O BRCA1 é o gene desse tipo que aparece mais freqüentemente em portadoras de câncer de mama hereditário.
Chu-Xia Deng, autor do estudo, estudou as relações entre os genes BRCA1 e SIRT1 e a proteína survivina. O SIRT1 está envolvido em numerosos processos celulares, incluindo metabolismo, reparo de DNA e morte programada da célula (conhecida como apoptose). A survivina é um inibidor de apoptose que se encontra elevada em diversos tipos de tumores. Pesquisas sugerem que essa proteína mantenha o tumor e promova o seu crescimento.
Os pesquisadores descobriram que o BRCA1 funciona como supressor de tumores por meio da manutenção da expressão do SIRT1, que, por sua vez, inibe a expressão de survivina. Quando o BRCA1 não está funcionando adequadamente, os níveis de SIRT1 diminuem e os de survivina aumentam, fazendo com que as células com BCRA1 mutante não entrem em apoptose e se transformem em células malignas.
Descobriu-se recentemente que o resveratrol, composto presente nas uvas e no vinho tinto, inibe a proliferação de alguns tipos de câncer através da indução da apoptose. No estudo do Instituto Nacional de Saúde, o resveratrol reforçou a atividade do SIRT1, diminuindo a expressão de survivina e a apoptose das células cancerosas. Para Deng, o resveratrol pode servir como um excelente composto para a terapia do câncer de mama associado ao BRCA1.
Fonte: Molecular Cell